quarta-feira, 16 de março de 2011

Um testemunho


A todos os que passam pelo Processo RVCC no CNO-ESA, lançamos o desafio de fazerem um balanço da experiência vivida neste Processo, que não só é um processo de reconhecimento de competências, como também é um processo de memórias revividas e de auto-consciencialização do seu percurso de vida e do que ele significou para a pessoa que é hoje em dia.


A pedido do autor, partilhamos um desses testemunhos.

Foi uma grande iniciativa que este Primeiro Ministro teve: diminuir a baixa qualificação do nosso País; dar oportunidades aos jovens que não acabaram os seus cursos, por causa de certas circunstâncias ou dificuldades que tiveram na sua vida. Agora, com as Novas Oportunidades, já podem! Só é pena que nem todos aproveitem... podiam haver operários mais qualificados e mais especializados, para ficarmos com um País mais desenvolvido.

Quando saí da escola primária era o único que não tinha o 4º ano de escolaridade; hoje posso dizer que sou o único que tem o 9º ano de escolaridade. Pessoalmente, sinto que fiquei mais desenvolvido e com outra maneira de olhar o mundo. Na minha profissão, não teve impacto pois já me encontro reformado, mas se fosse há 24 anos atrás fazia-me muita falta, pois, com a equivalência ao 9º ano de escolaridade, podia concorrer para outros cargos.

As dificuldades encontradas? Quem as não encontrou?! Eu tive muitas... os outros meus colegas tinham mais anos de escolaridade, eu só tinha a 4ª classe e tirado à noite! Tenho um grande defeito que é escrever como falo e, por isso, dava muito mais erros. Outra situação foi a matemática de agora que é diferente da que se praticava no meu tempo de escola. Mas, tudo isto mudou com o tempo! Sinto-me outro, mais à vontade no meio das pessoas que acho mais desenvolvidas. Também me despertou para a leitura e para a escrita, até tenho vontade de escrever um livro sobre a minha terra.

Um grande obrigado a todos do Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária de Azambuja.


A.V. 2011

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