Da Páscoa à Ascensão
quarenta dias vão...
A Quinta-feira da espiga é celebrada no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio matinal, pelo campo, em que
se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira
para formar um ramo, que se denomina de espiga.
O Dia da Espiga era também o
"Dia da Hora" e
considerado "o dia mais santo do
ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era o dia da hora porque
havia uma hora, o meio-dia, em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não
correm, o leite não coalha, o pão não lêveda e as folhas cruzam-se". Era
nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se
colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da
espiga no fogo da lareira para afastar os raios.
Acredita-se que este costume, que
é mais comum no centro e no sul de Portugal, nasceu de um ritual cristão. No
entanto, por tanta ligação com a Natureza pensa-se que poderá ter origens mais
longínquas talvez em rituais pagãos associados à Deusa Flora e aos Maios e
Maias.
As várias plantas que
compõem a espiga têm um valor simbólico profano e um valor religioso.
·
Espiga – pão;
·
Malmequer – ouro e prata;
·
Papoila – amor e vida;
·
Oliveira – azeite, paz e luz;
·
Videira – vinho e alegria;
·
Alecrim ou rosmaninho – saúde, força e o
perfume.
Segundo a tradição o ramo deve
ser pendurado dentro de casa, devendo ser substituído, por um novo, no dia da
espiga do ano seguinte, na esperança que atraia os desejos formulados.
Ao dependurar o seu ramo faça
votos para que todos os desejos se concretizem pois, nesta altura de crise, bem
deles precisamos:
PÃO E PAZ PERFUMADOS
DE HARMONIA!